Seminário Permanente com pesquisador Antônio Almeida com o tema "O aumento de rotação de capital: a sétima contra tendência à queda da taxa de lucro".
sábado, 6 de dezembro de 2014
Entre a espada e a parede
Semana de 24 a 30 de novembro de 2014
Nelson Rosas Ribeiro[i]
Não se vislumbra nenhuma
esperança de uma retomada na economia mundial.
A desaceleração da China
se agrava e já se fala no fim do milagre econômico no país. Os resultados no
terceiro trimestre mostraram um crescimento de 7,3% e já surge o temor de que
esta taxa fique abaixo dos 7%, no final do ano. Não foi por outra razão que o
Banco Central chinês anunciou um corte nas taxas de juros.
Outros bancos também
estão agindo na mesma direção. O Banco Central do Japão vai aumentar a compra
de títulos da dívida (Q.E.) diante da ameaça de entrada da economia do país em
recessão. O Banco Central Europeu (BCE), nas palavras de seu presidente Mario
Draghi, também deverá aumentar sua compra de títulos europeus. O Federal
Reserve (Fed), BC americano, encerrou as operações mensais de compras de títulos,
em outubro, e agora teme que uma elevação das taxas de juros (atualmente
próximas à zero) prejudique as exportações dos EUA graças à valorização do
dólar, e comprometa a lenta recuperação do país.
A este panorama junta-se a queda nos preços
das commodities e particularmente do petróleo e do ferro. O petróleo, que em
junho rondava os US$ 107, caiu, em novembro, para US$ 73,25 o barril, no Texas.
A estes preços as explorações do xisto em algumas regiões dos EUA estão
comprometidas bem como em algumas regiões do mundo. No entanto, a Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não parece interessada em reduzir a
produção. A queda de 30% nos preços, desde junho, já afeta bancos, empresas e
países. Em relação ao minério de ferro, a queda no preço da tonelada já chegou
aos US$70 e os três grandes, Vale, Rio Tinto e BHPP Billiton, pretendem manter
a produção com o intuito de retirar do mercado empresas mais fracas, o que
significa que os preços continuarão em baixa.
Nessas circunstâncias, a
economia brasileira não poderá contar com nenhum estímulo vindo de fora. Pelo
contrário, continuaremos a sofrer a pressão das importações de bens de consumo
da China e das novas estrelas asiáticas Mianmar, Laos, Tailândia, Camboja e
Vietnam onde os salários dos trabalhadores são ainda mais baixos.
Mas há uma boa notícia.
Segundo o IBGE, o PIB que vinha caindo há dois trimestres consecutivos, no
terceiro trimestre, cresceu 0,1% graças à colaboração da indústria, com 1,7% e
dos investimentos, com 1,3%. A agropecuária, no entanto, teve uma queda de
1,9%. O consumo das famílias cresceu apenas 0,1%, o que é péssimo, e o do
governo cresceu 1,3%, contribuindo para corroer o nosso superávit primário, que
mal chegará aos R$10 bilhões. Apesar do crescimento, a situação da indústria
continua preocupante, pois as montadoras, por exemplo, estão parando,
dispensando trabalhadores, antecipando férias e a indústria de máquinas estima
uma queda de 15% no consumo aparente.
Entretanto, não foram
estes acontecimentos que ocuparam os espaços na mídia. Todas as atenções se
concentraram na indicação dos nomes que irão constituir o comando econômico do
novo governo do PT, após a vitória nas urnas. Os três nomes anunciados, Joaquim
Levy para a Fazenda, Nelson Barbosa para o Planejamento e Alexandre Tombini
para o Banco Central, finalmente acalmaram o “mercado” e receberam elogios
entusiásticos dos setores financeiros e empresariais.
Diante das pressões,
Dilma cedeu e resolveu dar uma guinada na política econômica. Espera-se agora um
período de “austeridade” com uma política fiscal restritiva, elevação de juros,
superávit primário de 1,2% em 2015, restauração do tripé macro econômico,
contenção das despesas e gastos sociais, etc. Com razão tem protestado o
candidato derrotado Aécio Neves ao afirmar que Dilma roubou o seu plano
econômico. A equipe não foi empossada, mas anunciada, em um ato que não contou
com a presença, nem da presidente Dilma, nem do ex-ministro Mantega. Os nomes
escolhidos provocaram protestos de setores do PT, de intelectuais e movimentos
sociais que se consideram traídos e prometem ações de resistência.
E a austeridade já
começou. Na quarta feira passada, na reunião do Conselho de Política Monetária
(Copom), órgão do Banco Central, foi decidido o aumento da taxa básica de juros
(Selic) em 0,5%, elevando-a de 11,25% para 11,75%. Um ponto para o Tombini.
Quem será o próximo a marcar?
Ainda bem que o perigo,
por enquanto, é “levytarmos” em direção à austeridade. Imaginem se estivessem
atacando com um “Trabuco”!
Preparemo-nos para 2015.
A barra vai pesar!
[i] Professor
Emérito da UFPB e Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na
Economia Brasileira progeb@ccsa.ufpb.br);
(www.progeb.blogspot.com).
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Monografia do pesquisador Eric Gil Dantas
Fatores que influem na variação dos valores e dos preços: Elementos para uma teoria de inflação em Marx. Leia aqui.
domingo, 30 de novembro de 2014
Participação da pesquisadora Roberta Pereira
Participação da pesquisadora Roberta Pereira em um debate realizado no colégio IPEI com alunos da instituição com o tema "Brasil conteporâneo: política, economia e relações exteriores".
ENID 2014
Apresentação da monitoria de fundamentos econômicos no ENID 2014 com o pesquisador Raphael Sena e a professora Rosângela Palhano.
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