sábado, 9 de maio de 2015

Entrevista do professor Nelson Rosas no Jornal da Paraíba.

      Mais uma entrevista do Prof. Nelson Rosas, no Jornal da Paraíba neste mês de abril, desta vez falando da viabilidade econômica das grandes obras na Paraíba.


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Participação do Professor Nelson Rosas no JPB 2° edição.

    No dia 7 de maio, o Professor Nelson Rosas concedeu uma entrevista a TV Cabo Branco, no noticiário JPB 2° edição onde comentou sobre o desemprego crescente na Paraíba. Clique aqui para ver a reportagem.


terça-feira, 5 de maio de 2015

A crise econômica segue mais forte que nunca

Semana de 27 de abril a 03 de maio de 2015

Rosângela Palhano Ramalho [i]

Alguns defendem que a crise atual é eminentemente política. Que estamos também imersos em uma crise política é verdade, mas não se deve ignorar que esta crise é essencialmente econômica. A crise econômica internacional, o arrocho fiscal, a queda do preço das commodities e a Operação Lava Jato, são fatores que atuam conjuntamente para tornar 2015 um ano desastroso em termos de crescimento. Inúmeras revisões de crescimento do PIB já foram realizadas. Atualmente a previsão é de queda de 1,4%, segundo o Boletim Focus.
E a depender das últimas notícias o fundo do poço será ainda mais baixo.
A Sete Brasil, grande indústria da construção naval, espalha uma crise que se intensifica em virtude da sua participação na Operação Lava Jato. A empresa encomendou 28 sondas a cinco grandes estaleiros, mas a finalização do negócio está comprometida. Desde dezembro do ano passado, mais de dez mil empregos foram eliminados nos estaleiros. Se o cenário não melhorar, mais 30 mil demissões ocorrerão até julho, afirma a entidade representativa dos estaleiros, a Sinaval. A Sete Brasil esperava receber em fevereiro um empréstimo de longo prazo através do BNDES. Foi quando Pedro Barusco denunciou que a empresa participava do esquema de propinas na Petrobras.
No setor de eletrodomésticos a demanda caiu 15%, no primeiro trimestre, segundo a Eletros, associação dos fabricantes de eletroeletrônicos. A Whirpool, que nos primeiros três meses do ano, havia dado férias coletivas a seus trabalhadores agora planeja demitir cerca de três mil operários distribuídos entre cargos de gerência e da linha de produção.
Enquanto isso, o governo segue rigorosamente o seu aperto fiscal. Segundo levantamento de Ribamar Oliveira do Valor Econômico, os cortes atingiram duramente áreas essenciais como a Saúde, Desenvolvimento Social e Educação. Contrariando o discurso de que a tesoura não afetaria os programas sociais, nos primeiros três meses do ano comparados ao mesmo período do ano passado, a presidente Dilma já realizou cortes de 37,6% no Programa Minha Casa, Minha Vida, de 14,9% nos gastos do Ministério da Saúde e de 21% das despesas do Ministério do Desenvolvimento Social. Além destes, o Ministério dos Transportes terá corte de até 40% em seu orçamento.
Reflexos já são sentidos nos ambientes de trabalho. A renda média real do trabalho caiu 3% em março, comparada a igual período do ano anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. A taxa de desemprego aumentou de 5% em março do ano passado para 6,2% em março deste ano. A PEA (População Economicamente Ativa), que representa a procura por trabalho cresceu 0,3% e a ocupação caiu em 0,9%. Cresceu também o emprego informal. Se em março do ano passado, 55,1% do total de postos eram formais, em março deste ano eram 54,8%. Já o trabalho por conta própria, cresceu de 18,8% para 19,4%. Todos os analistas do “mercado” estão felizes com os resultados, pois a inflação, segundo eles, agora tem espaço para ceder. A euforia se justifica, pois, afinal não são os seus empregos que estão sendo sacrificados.
            As péssimas previsões se estendem à economia latino-americana e do Caribe. Segundo o FMI, a economia da região irá desacelerar pelo quinto ano seguido crescendo apenas 0,9%, em 2015.
A Europa continua no marasmo e se a única esperança vem da economia americana, os novos resultados frustram qualquer expectativa. O PIB dos Estados Unidos cresceu à taxa anualizada, apenas 0,2% no primeiro trimestre do ano. Segundo os analistas, os fatores determinantes para a desaceleração da economia americana foram a queda dos investimentos (em 23,1%) e das exportações (que vem caindo por quatro meses consecutivos). Os analistas esperavam aumento de 1% no trimestre. Foi um banho de água fria. No último trimestre de 2014, o PIB havia crescido 2,2% e o “mercado” ansiava por uma taxa de juros maior, já que a economia estava se reanimando.
Pelo visto, os especuladores que aplicam nos Estados Unidos devem fazer o caminho de volta aos emergentes em busca dos ganhos fáceis. E o Banco Central brasileiro, sob a batuta do Tombini, acabou de facilitar a rota aumentando em 0,5% a taxa de juros básica (Selic). São os 13,25% tupiniquins contra no máximo 0,25% nas terras do Tio Sam.
Vence Brasil!

[i] Professora do Departamento de Economia da UFPB e pesquisadora do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira. (www.progeb.blogspot.com)